O que é o Ataque 51% em criptomoedas?Axie Infinity é pirâmide? Por dentro do polêmico jogo com criptomoedas
Um juiz de São Paulo, após processo movido pela vítima, autorizou o bloqueio de bens da companhia de investimentos e o envio de ofício para a corretora de criptomoedas Binance. O próximo passo judicial deverá ser a suspensão de saldo dos líderes da Ever Operações, acusada de ser uma pirâmide financeira.
Ever Operações prometia rendimentos garantidos
A empresa prometia rendimentos garantidos de 5% a 8% ao mês sobre os aportes, argumentando que os lucros viriam de investimentos em criptomoedas. A investidora Renata da Silva Martins aplicou R$ 500 mil, acreditando na publicidade da companhia. No entanto, as autoridades identificaram que a operação poderia ser uma fraude financeira. A Ever Operações acabou se tornando alvo de investigação da Polícia Civil de São Paulo nos últimos dias, o que resultou na prisão dos dois principais líderes da empresa. Após as revelações, investidores começaram a entrar com processos na justiça para tentar reaver os aportes realizados. A primeira vitória foi de Renata. Diante das incertezas sobre o patrimônio das vítimas, um juiz de São Paulo acatou ao pedido realizado pela mulher. Ele determinou o bloqueio de valores equivalente ao montante aplicado pela investidora sobre o saldo mantido pela companhia suspeita na corretora de criptomoedas Binance. Conforme detalhado no processo judicial que tramita no Tribunal de Justiça de São Paulo, o juiz avaliou como correto a solicitação de Renata. Assim, valores de bens e ativos (incluindo criptomoedas) em nome da empresa investigada serão bloqueados até o limite de R$ 500 mil neste primeiro momento. Há outros processos tramitando na esperança de reaver o dinheiro investido. A exchange de criptoativos foi notificada pelo tribunal, recebendo um ofício que solicita informações sobre a conta da Ever Operações e Investimentos na Binance. Um pedido de arresto também foi concedido pelo juiz envolvendo outro processo movido pela companhia investigada contra uma pessoa. Caso a empresa vença, ela receberia quase R$ 2 milhões. A Ever Operações era liderada por três indivíduos, dois já foram detidos e todos eles foram citados na ação movida pela investidora. A empresa terá quinze dias para se manifestar em sua defesa, sob pena de revelia, conforme apontam os documentos judiciais.
Justiça identifica indícios de pirâmide financeira
Na última quarta-feira, 9 de fevereiro, a própria empresa emitiu um comunicado aos clientes informando que, diante da queda de preço do bitcoin (BTC), iria suspender a distribuição dos dividendos. Desde então, começaram a surgir evidências que indicam o funcionamento de uma pirâmide financeira. O juiz Celso Lourenço Morgado afirma ainda que muitos clientes já haviam informado à autoridade policial, culminando assim na prisão dos líderes Carlos Henrique e Edson Orivaldo. Durante a investigação, descobriram-se ainda transferências de grandes valores para uma holding vinculada aos réus. Atualmente, a Ever Operações e Investimentos se encontra desativada e sem empregados. O juiz pede pela rescisão dos contratos firmados com os investidores e pela devolução dos valores pagos. No entanto, por mais que meio milhão em bens da companhia na Binance já tenha sido paralisado, há a possibilidade da empresa suspeita de pirâmide financeira manter mais ativos digitais em outras corretoras, algo que as autoridades seguem investigando. Assim, espera-se que novos bloqueios sejam feitos contra o patrimônio da Ever Operações. Com os crescentes casos de golpes, fraudes e pirâmides envolvendo criptomoedas no Brasil, vale relembrar as seguintes orientações de segurança: rendimento garantido em criptomoedas é sempre algo suspeito. Nessas situações, desconfie e nunca deixe seu dinheiro nas mãos de empresas pouco conhecidas e com promessas surreais. Com informações: Livecoins